quinta-feira, novembro 07, 2024

Mergulho de Pandora.

 Eu abro a caixa de Pandora e toda a ânsia e angústia do meu mundo sai instantâneamente dali. 

Sinto aquele gosto de bile na boca, e sorrio, apesar de ter lágrimas nos olhos. 

É exaustivo encarar a caixa. 

É cansativo carregar os demônios trancados por ali. 

Tenho tentando deixar aberta , mesmo que isso signifique lágrimas, bile e sarcasmo. 

Quero que a caixa fique aberta, porque aí eu não preciso carregar ela por aí, ela esvazia e eu não preciso mais. 

Mergulho na água.

O coração acelerado martela no ouvido. Tem dias que eu não lembro como respirar. Falta o ar entrando pelo nariz e saindo pela boca. 

Sinto o pé batendo no fundo da água 

E subo. Batendo as pernas com força. 

Lembro do empuxo, e das leis da física, 

Meio nerd, até quando acha que vai morrer. 

Alcanço a superfície. O ar entra. Afundo de novo. 

O exército é esse , afundar , bater o pé e subir . 

Encontro a caixa de Pandora escancarada quando saio da água. 

E a esperança de que as coisas vão melhorar continua inquieta e parada ali. 

Porra! nem pra deixar a maldita sair ! 




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