sábado, fevereiro 17, 2024

Descoberta 6784462 - De uma manhã de sábado

 Descoberta 6784462 , de uma manhã de sábado 

Existir sem ser esmigalhado é difícil. 

Tem dias que a gente acorda e quer ficar na cama, afogado nas tristezas e ansiedades que nos cerca.

Tenho percebido tbm, que parada eu não resolvo nada.

É que os resultados só são colhidos por quem se mexe

E a história se a gente não se movimenta se escreve sozinha

E aí vivemos sem ter a chance de escolher

 A vida escolhe sem a gente. 

 E as vezes , acabamos em caixas pequenas e tristes 

Resolvi que não tô disposta a deixar a vida escolher sem eu dar minha opinião

 Então eu vou dando o passo e as escolhas aparecem e eu escolho e ando

E fujo o quanto puder da caixa pequena

Msm sabendo que as vezes deite nela na sexta feira.

quarta-feira, janeiro 11, 2023

Epifania 234.542 - sobre não se conformar com o que não me conforta.

 Tenho cada vez mais gostado da ideia de mudar de idéia. Mas não confundam com indecisão, o sentimento a que me refiro vem de outras coisas. Vem de um me querer tão bem que se não me cabe, eu mudo. 

é engraçado porque eu sempre tive dificuldade de me mexer, se existia uma goteira no teto, eu colocava um balde. me adapto. e achava que essa resiliência era algo incrivel. 

Me custou entender que apesar de admirável essa resiliência era um fardo para mim. Me impressiono com a ideia de com o passar dos anos, me sinta cada vez mais compelida a não me conformar com o que não me conforta. 

Tenho gostado também de dar passos. pequenos. para me sentir em movimento e com o vento fluindo por dentro do corpo todo, como uma respiração profunda e que satisfaz cada célula do corpo.

 Os passos tem sido meio bambos, mas tudo bem. Estou aprendendo a andar integralmente com as minhas pernas. E para andar eu preciso de apenas um passo, ainda que imperfeito, de cada vez.

quarta-feira, novembro 23, 2022

Lembrete 3.879 - sobre o gosto amargo que vem dos erros e das contradições.

  Não esquecer que o gosto "blerg" na boca, o sentimento "blerg" de viver, é uma não aceitação de quem eu sou.Um gosto amargo, ruim e angustiante que bate no peito tbm.Ele é resultado de quando eu me volto contra mim mesma, e não me aceito.

Olhar toda essa história de "ser Débora" e entender que eu sou isso tudo. a bagunça e o bonito. o caos e a calmaria, os planos e a falta completa deles.

O jardim de flores exuberantes, arvores frondosas ,de flores simples,  de folhas secas e espinhos e gravetos. 

Não posso me voltar contra mim, mesmo quando eu estou errada. porque eu sempre estou fazendo o melhor que eu posso. dentro do que eu posso hoje e da consciencia que eu tenho hoje,

Me amar, me acolher, me aceitar e perceber que eu sou um monte de coisa. Mas que eu estou comigo mesma sempre. Não sou o inimigo. Eu sou a jornada inteira. As partes boas e ruins dela.

sexta-feira, abril 23, 2021

As lanternas mágicas

 


Acho que quando a gente nasce inúmeras lanternas se acendem e demonstram inúmeros caminhos para que se escolha por onde seguir. Quando se escolhe um caminho, ele se acende e os demais que partem daquele mesmo ponto se apagam. Isso acontece com todas as pessoas e de certa forma em algum momentos as lúminárias se cruzam numa profusão de cores, emoções e resultantes de novos caminhos coloridos. 

Quantas jornadas se apagaram por caminhos que não foram escolhidos?

Durante um bom tempo eu me senti vazia. Como se de alguma forma a resultante de emoções e escolhas pudessem ser erros. 

Mas a verdade é que não existe erros. é só a vida. E que observar o mapa dos caminhos sem me cegar pelas luzes, fazem eu receber com carinho e acolhimento o passado, entende-lo, e com astúcia seguir em frente.

 É engraçado como nas inúmeras resultantes do destino, eu cheguei até aqui. É estranho pensar que todas as percepções e emoções boas ou más me fizeram ter a consciencia da pessoa que eu sou. E essa percepção me faz rir, e às vezes chorar. Na verdade essa percepção me comove e me motiva. Essa incrível orquestra de emoções e acontecimentos que me fizeram pertencer no momento do agora, e essa orquestra é vívida, continua e que me transportará para outros momentos.

Abre-se o livro da vida.

Segue-se o caminho. 

Fala-se muito em recomeço. Mas não são recomeços, são continuações do ontem. Repletas de possibilidades e de caminhos que se acendem e apagam e torna-se interminável essa dança cósmica, que entrelaça tantos e tantos destinos, tantas emoções, tantas vidas. 


 A crença de que de alguma forma eu estou preenchida e por conta disso o caminho está livre para fluir e que toda minha maquinaria está engrenada a todo vapor para servir a vida me fazem sorrir. 

Amo o que existe em mim e não vou me deixar para trás. 

me conecto com a luz e agradeço por essa manhã de sol.

 


sábado, junho 22, 2019

Inteira

Hoje eu acordei cansada de ser adorável.
Esse personagem mágico que eu sei que me decora.
Cansei de ser sempre amavel, gentil, fragil.
Uma presa fácil.

Acordei com o desejo de ser uma força da natureza.
E sou.
Vou derrubar as árvores no meu caminho. Chacoalhar as estruturas.

Acordei destemida das minhas ações.
Hoje eu olhei no espelho e cansei de ter olhar macio e gentileza programada.

Hoje eu quero sorrisos pelo nariz, gargalhadas com ronco de porquinho.
Gritos histéricos.
Quero raiva, odio, quero preguiça e quero amor e paixão tbm.
Não quero afagos.
Quero tensão.
Arranhões.
Luta.
Quero gargalhadas.
Espontâneidade
Quero eu. Indubitavelmente eu.
O melhor que o espelho puder refletir.
Que seja imperfeito. Mas que seja o mais maravilhoso que tenha de mim. E que ele não tenha nada de conformado.

Não quero um ambiente controlado.
Quero o caos dos meus cabelos.
Quero as cicatrizes e feridas expostas na pele.

Acordei hoje sendo eu.
E eu não visto mais roupas.
Ando nua por aí, chocando e amando quem quiser e estiver pelo caminho.

Acordei dona de mim de novo.
E como em todo bom encontro, soltando faíscas.

quarta-feira, março 27, 2019

Sobre as roupas que já não servem mais...


A gente olha a roupa, experimenta. Leva.
Durante algum tempo ela é a sua roupa favorita.
Ela te deixa segura. Confortável.
Vc se sente bonita.
E por um tempo é bom.
Mas aí o tempo passa, vc engorda uns quilos, e a roupa não veste mais tão bem. O tecido não é tão maleável. O material é pouco resistente.
Não fica tão confortável.
Marca.
As vezes machuca. Aperta. Sufoca.
Depois de algum tempo de uso, vc se sente presa, toda vez que resolve tirar a roupa.
( E quem ja ficou preso numa roupa sabe o despero que é)
A roupa já não cabe mais.
E aquilo que era maravilhoso e te deixava linda e segura deixa de ser o melhor pra vc.
A roupa já não cabe mais.

O que vc deve fazer?

A resposta parexe óbvia não é mesmo?
A gente deve jogar a roupa fora.

Pode ser com carinho.
Mas é hora da roupa ir embora.

Não adianta ficar com ela te julgando de denteo do armário.
Te assombrando.
Ela só não serve mais e é isso.

É chegada a hora de deixar a roupa partir.

Mas não é fácil não é mesmo?
Vcs viveram tantos momentos ótimos.
Vc se sentia tao bonita.
Ela era tão confortável e colorida.

O que aconteceu?

E aí vc vai lá, experimenta a roupa de novo.
A sensação não é mais a mesma.
Mas vc fica tão apegado que nao consegue se desfazer...

O que a gnt custa a entender é que conforme a gente usa a roupa e ela usa a gente.
Ambos mudam.

As vezes o tecido fica macio e confortável. As vezes ele estica junto com vc.
As vezes ele mancha e vc tinge. Pq ela segue vestindo tão bem .

Mas as vezes a roupa não acompanha vc.
Vcs não se acompanham.
É chegada a hora de deixar a roupa partir.

A gente custa a entender que o apego a uma ideia, seja ele qual for, te limita a ver com os olhos do coração.

Entenda.

Existem outras roupas.

Existem milhares delas.

E ta tudo bem vc sentir saudade da roupa antiga de vez enquando. Ela era mesmo uma otima roupa.

Mas a roupa ja nao serve mais.
E o sentimento de usar a roupa jamais será o mesmo novamente.

Então chega!

Vai dar uma volta na feira da praça.
Vai num brechó pechinchar.

Vai andar pelada um pouco.

No fim das contas, a unica coisa que realmente veste vc é a sua própria pele. Essa roupa sempre serve em vc.

Não a machuque, para caber numa roupa, que não te deixa tão bonita quanto vc mesma.

Tira logo essa roupa!

quinta-feira, agosto 30, 2018

Olhos de Tigre II

O velho tigre se encara diante do espelho.
"Que susto!" Pensa ao encarar os pelos brancos ao redor dos antigos olhos ameaçadores.
E com que surpresa percebe pouco a pouco, a dificuldade de subir a escada. O cansaço após a caçada.
A fome, porque agora a presa escapa.
O tigre tem dificuldade para dormir a noite.
O sono bem leve, descontinuado.
E ele desperta diversas vezes ... ainda é noite.
Levanta com os olhos ardendo.
O tigre pesca diversas vezes ao longo do dia, com os olhos ainda cansados da noite que não dormiu.
Existe agora uma ferocidade contida,
Uma raiva desgastante ou seria desgastada?
Que mal humor... Pobre tigre. Não lhe restam mais muitos prazeres.
Observa os tigres mais jovens, brincando, sorrindo e errando felizes.
Ele os encara, quando pressente os olhares debochados e vigorosos.
" Eu sou vocês amanhã".


Escrito em 22 de fevereiro de 2016.