Estava lendo meu livro de receitas hoje, procurando um jeito
de protelar o trabalho que eu realmente tenho que terminar e que não passa de
um rascunho redigido porcamente no meu bloco de notas. E me deparei com uma
receita de cookies. Sim, esses biscoitinhos americanos que conquistam o coração
das pessoas que,como eu, adoram ter algo doce para beliscar. Mas enfim, eu estava lendo o livro de culinária e me deparei
com a seguinte frase:
“ Cookies são fáceis de fazer, mas são difíceis de acertar. E é com alguma dificuldade que conseguimos a textura certa, macios, porem com partes crocantes”
Bem e aonde quero chegar com isso?
Eis que me deparei com a minha vida escrita na forma de uma
receita de cookie. Fácil de fazer. Dificil de acertar. Sempre com um ponto ou outro em desequílibrio e sendo constantemente testada e
reconstruída.
E aí que tá o problema. Fazer o
próprio cookie dá muito mais trabalho, aumentam as chances de erros e de
desperdício de ingredientes. Não te dá nenhuma garantia de que o final será
saboroso ou que alguém (inclusive você) vai gostar.
Suas mãos poderão ficar grudentas,
existem milhões de formas de errar a massa e você poderá fazer uma sujeira
enorme para fazer todo o processo. Inclusive, fazer o próprio biscoito demora
mais.
As vezes eu sinto que seria mais fácil comprar uma massa
pronta.
O resultado é quase 100% garantido,
e nenhuma decisão precisa ser tomada. As
instruções estão ali, basta segui-las . Foi industrialmente programado para dar
certo.
A massa é fácil de fazer, uma
colher de manteiga, uma gema. Duas colheres de leite. Mistura tudo até ficar homogêneo
e voilà está pronto para assar.
Eles ficam até bonitos ao olhar,
parecem ter um gosto bom. E para grande maioria da população ELES REALMENTE SÃO. Foram feitos para o
sucesso com as crianças e para as pessoas que caminham pelo mercado sentindo
muita fome.
Mas se eu compro
a caixa de cookies tipo “massa pronta” bate aquele arrependimento quando os
biscoitos saem do forno. Não só porque me sinto uma impostora culinária( para
quem gosta de fazer comida, a massa pronta parece uma trapaça).
Mas porque o
gosto não tem nada de especial. É industrial.
E o cookie fica com aquele sabor superficial que agrada a todos ,mas que na
verdade não tem alma nenhuma. A tentação é grande, seguir as instruções da
caixa, não questionar, ser palatável a todos os gostos. Prático, rápido, limpo.
Mas o sabor que
eu quero não é esse. Minha vida não é
essa. E como já dizia minha mãe Eu não
sou todo mundo.
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