O velho tigre se encara diante do espelho.
"Que susto!" Pensa ao encarar os pelos brancos ao redor dos antigos olhos ameaçadores.
E com que surpresa percebe pouco a pouco, a dificuldade de subir a escada. O cansaço após a caçada.
A fome, porque agora a presa escapa.
O tigre tem dificuldade para dormir a noite.
O sono bem leve, descontinuado.
E ele desperta diversas vezes ... ainda é noite.
Levanta com os olhos ardendo.
O tigre pesca diversas vezes ao longo do dia, com os olhos ainda cansados da noite que não dormiu.
Existe agora uma ferocidade contida,
Uma raiva desgastante ou seria desgastada?
Que mal humor... Pobre tigre. Não lhe restam mais muitos prazeres.
Observa os tigres mais jovens, brincando, sorrindo e errando felizes.
Ele os encara, quando pressente os olhares debochados e vigorosos.
" Eu sou vocês amanhã".
Escrito em 22 de fevereiro de 2016.
quinta-feira, agosto 30, 2018
domingo, março 04, 2018
Sobre a massa dos cookies
Estava lendo meu livro de receitas hoje, procurando um jeito
de protelar o trabalho que eu realmente tenho que terminar e que não passa de
um rascunho redigido porcamente no meu bloco de notas. E me deparei com uma
receita de cookies. Sim, esses biscoitinhos americanos que conquistam o coração
das pessoas que,como eu, adoram ter algo doce para beliscar. Mas enfim, eu estava lendo o livro de culinária e me deparei
com a seguinte frase:
“ Cookies são fáceis de fazer, mas são difíceis de acertar. E é com alguma dificuldade que conseguimos a textura certa, macios, porem com partes crocantes”
Bem e aonde quero chegar com isso?
Eis que me deparei com a minha vida escrita na forma de uma
receita de cookie. Fácil de fazer. Dificil de acertar. Sempre com um ponto ou outro em desequílibrio e sendo constantemente testada e
reconstruída.
E aí que tá o problema. Fazer o
próprio cookie dá muito mais trabalho, aumentam as chances de erros e de
desperdício de ingredientes. Não te dá nenhuma garantia de que o final será
saboroso ou que alguém (inclusive você) vai gostar.
Suas mãos poderão ficar grudentas,
existem milhões de formas de errar a massa e você poderá fazer uma sujeira
enorme para fazer todo o processo. Inclusive, fazer o próprio biscoito demora
mais.
As vezes eu sinto que seria mais fácil comprar uma massa
pronta.
O resultado é quase 100% garantido,
e nenhuma decisão precisa ser tomada. As
instruções estão ali, basta segui-las . Foi industrialmente programado para dar
certo.
A massa é fácil de fazer, uma
colher de manteiga, uma gema. Duas colheres de leite. Mistura tudo até ficar homogêneo
e voilà está pronto para assar.
Eles ficam até bonitos ao olhar,
parecem ter um gosto bom. E para grande maioria da população ELES REALMENTE SÃO. Foram feitos para o
sucesso com as crianças e para as pessoas que caminham pelo mercado sentindo
muita fome.
Mas se eu compro
a caixa de cookies tipo “massa pronta” bate aquele arrependimento quando os
biscoitos saem do forno. Não só porque me sinto uma impostora culinária( para
quem gosta de fazer comida, a massa pronta parece uma trapaça).
Mas porque o
gosto não tem nada de especial. É industrial.
E o cookie fica com aquele sabor superficial que agrada a todos ,mas que na
verdade não tem alma nenhuma. A tentação é grande, seguir as instruções da
caixa, não questionar, ser palatável a todos os gostos. Prático, rápido, limpo.
Mas o sabor que
eu quero não é esse. Minha vida não é
essa. E como já dizia minha mãe Eu não
sou todo mundo.
quinta-feira, fevereiro 15, 2018
Confessionário
Talvez você enxergue isso de um jeito diferente, porque estamos em margens opostas, apesar de estarmos olhando para o mesmo rio.
E talvez eu soe como aquelas coisas perfeitas que simplesmente de encaixam na vida das outras.
Mas eu não sou.
Não porque eu não quero ser.
Mas porque eu não sei como ser.
Me sinto como aquelas ilhas vulcânicas que são repletas de cor, vida e frutas tropicais. E que eu pareça inofensiva e confortável para quem conhece. Mas uma vez que decida ficar o vulcão entra em erupção e tudo de lindo, fofo, confortável é destruído e fica irreconhecível .
E eu lamento que seja assim.
Porque infelizmente os caras babacas não são os que decidem ficar e tentar a sorte.
E me parte o coração partir outro coração.
E eu lamento por ter parecido terra firme. Logo eu, a areia movediça.
Talvez a gente enxergue isso de jeitos diferentes porque estamos em margens opostas nesse rio. Mas eu tô vendo daqui, e vai chover depois de toda essas destruição e eu só posso esperar que o lado daí floresça de novo. E fique cheio de vida, depois que toda a lava passar.
E talvez eu soe como aquelas coisas perfeitas que simplesmente de encaixam na vida das outras.
Mas eu não sou.
Não porque eu não quero ser.
Mas porque eu não sei como ser.
Me sinto como aquelas ilhas vulcânicas que são repletas de cor, vida e frutas tropicais. E que eu pareça inofensiva e confortável para quem conhece. Mas uma vez que decida ficar o vulcão entra em erupção e tudo de lindo, fofo, confortável é destruído e fica irreconhecível .
E eu lamento que seja assim.
Porque infelizmente os caras babacas não são os que decidem ficar e tentar a sorte.
E me parte o coração partir outro coração.
E eu lamento por ter parecido terra firme. Logo eu, a areia movediça.
Talvez a gente enxergue isso de jeitos diferentes porque estamos em margens opostas nesse rio. Mas eu tô vendo daqui, e vai chover depois de toda essas destruição e eu só posso esperar que o lado daí floresça de novo. E fique cheio de vida, depois que toda a lava passar.
quarta-feira, fevereiro 14, 2018
Sobre os 30.
Quando eu era mais nova, eu achava que aos 30 eu gostaria de coisas de adulto, seria menos colorida, que de alguma forma aconteceria um start em mim e eu a partir daquele momento me tornaria adulta. Teria gostos de adulto, me vestiria como adulto e brincar perderia a graça, e toda aquela magia( aquela que faz a gnt sorrir qndo vê uma bolha de sabão) se dissiparia.
Bem, vamos combinar que pagar boleto não é fácil, decidir por conta própria não é fácil, ter responsabilidade não é fácil. Sendo bem sincera, isso tudo de ser adulto é bem Chato. E talvez em alguns aspectos eu tenha me tornado mais cinza no fim das contas.
Mas me surpreendo também em perceber que ainda gosto das mesmas coisas de quando tinha 10 anos. Ainda assisto a desenhos animados, ainda fico ansiosa para escolher meu "material escolar" e ainda quero ganhar brinquedo no natal. E que apesar de chegar na casa dos trinta continuo com aquele brilho alegre toda vez que o circo chega a cidade. E entro na fila pra abraçar o Bob esponja e o papai Noel.
Minha vida não tem nada a ver com o que eu imaginei para mim aos 30 anos.
E quer saber de uma coisa? Ainda bem!
Porque minha vida desse jeitinho torto, cheia de missões , tristezas e gargalhadas é linda! E salvo a questão de não ser multimilionária e as dores no ciático eu amo cada pedacinho dela.
Chegar aos 30 e sorrir para a vida que tem é mesmo mágico !
E sou eternamente grata por apesar das dificuldades continuar sendo eu mesma!
Bem, vamos combinar que pagar boleto não é fácil, decidir por conta própria não é fácil, ter responsabilidade não é fácil. Sendo bem sincera, isso tudo de ser adulto é bem Chato. E talvez em alguns aspectos eu tenha me tornado mais cinza no fim das contas.
Mas me surpreendo também em perceber que ainda gosto das mesmas coisas de quando tinha 10 anos. Ainda assisto a desenhos animados, ainda fico ansiosa para escolher meu "material escolar" e ainda quero ganhar brinquedo no natal. E que apesar de chegar na casa dos trinta continuo com aquele brilho alegre toda vez que o circo chega a cidade. E entro na fila pra abraçar o Bob esponja e o papai Noel.
Minha vida não tem nada a ver com o que eu imaginei para mim aos 30 anos.
E quer saber de uma coisa? Ainda bem!
Porque minha vida desse jeitinho torto, cheia de missões , tristezas e gargalhadas é linda! E salvo a questão de não ser multimilionária e as dores no ciático eu amo cada pedacinho dela.
Chegar aos 30 e sorrir para a vida que tem é mesmo mágico !
E sou eternamente grata por apesar das dificuldades continuar sendo eu mesma!
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